CHEGUEI AO MUNDO DA CORRIDA UM TANTO chucro. O que só me ajudou, acho, a formatar, a dar o start, depois o imput, então o overview, agora o environment – muito bem, vamos começar de novo.
Não ter comungado lá atrás de alguns valores, de certos lugares comuns e jargões dos profissionais desse negócio – na verdade mais dos corredores amadores Tássia© do que dos profissionais – ainda faz com que eu possa fazer perguntas que soariam embaraçosas para iniciados, por soar confissão de vil e ignóbil ignorância.
O que é excelente, acho©, para o leitor. Nada pior para o exercício do jornalismo do que um superego vivo e chutando.
Por isso não me incomoda em nada virar para luminares como o grande especialista de corrida no Brasil, talvez por ser diletante, o juiz de direito e velocista Iberê Dias, e perguntar: “Iberê, o que é o trote? Para que serve?”
Por “Messenger” ele respondeu a este pasquim. Não só respondeu como já foi passando a receita.
O TROTE ENTRA
a) Antes dos treinos fortes, como aquecimento. “Absolutamente essencial. O ideal é que seja leve. Para quem curte frequência cardíaca, algo entre 65% e 70% da máxima.”
b) Depois dos treinos fortes, para soltar: “Estudos mostram que o trote depois do treino ajuda a aprimorar o uso do lactato como combustível, o que aumenta a eficiência do cabra. E serve para aumentar o volume de treino.”
c) Para regenerar. “É o famoso treino leve, ou trote regenerativo, que, no entanto, não serve para regenerar nada, segundo a ciência. Mas é fundamental para ajudar a aumentar o volume de treino, que é fator crucial para quem quer melhorar as próprias marcas (até um certo limite, é verdade; mas um limite bem superior ao que a vasta maioria dos amadores costuma fazer). Aqui utiliza-se algo em torno de 70% da frequência máxima.”
ZR E ZRA
Outro amigo deste pasquim, Mario Sergio Silva, o Run, que digo, o Fun da Run & Fun, disse o seguinte:
“O trote ajuda na regeneração após treinos intensos ou mesmo como equilíbrio entre semanas de treinos mais fortes e as semanas de [treinos de] recuperação.”
E foi além:
“Nós sempre usamos o trote para a ZR (Zona Regenerativa 65-75% [da máxima de frequência cardíaca]) e há um ano e meio lançamos a zona ZRA (Zona de Recuperação Ativa), que vem abaixo da Regenerativa, ou seja, algo como 55-65%.”
“Para muitos, isso significa andar.”
Ele também explicou como avia o “ZR” e a “ZRA”. O primeiro, para aquecer e desaquecer; e também para aumentar o volume de rodagem do corredor (como já falava acima Iberê).
O ZRA, para recuperação ativa entre os tiros, os piques de 85%-95% de frequência cardíaca que caracterizam os treinos de intensidade.
EM PÍLULA
Por fim Wanderlei Oliveira, o querido WO, deixou como resposta um sutra – aproveitem.
“Devagar e sempre: trote!”
GUIA SUMARÍSSIMO DO AQUECIMENTO
É PRECISO DAR LOGO UNS TIROS
UMA PLANILHA PARA COMEÇAR A CORRER, POR WO
DISTENSÃO PRÉ-CORRIDA
LONGÃO, A HISTÓRIA POR TRÁS
TELMA, NÃO SOU TARAHUMARA
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